Ex-Corinthians e na Serie B da Itália, Carlos Augusto nega racha com Tiago Nunes e mira Champions League

Entrevista Carlos Augusto Ex-Corinthians Monza campeonato italiano

O brasileiro Carlos Augusto, ex-Corinthians, já vai para 6 meses defendendo seu atual clube: o Monza, na Serie B do campeonato italiano.

A convite do Golazzo, o lateral (ou terzino) aceitou conceder uma entrevista exclusiva, na qual respondeu prontamente às perguntas sobre praticamente tudo. Incluindo os tempos de futebol brasileiro, citando os técnicos com quem preferiu jogar no Timão, até a convivência com Balotelli e Berlusconi.

Após alguns anos jogando em São Paulo, Carlos Augusto surpreendeu muita gente ao aceitar ir jogar na Europa, mas em um clube de segunda divisão. Apesar dos protestos e incompreensão de parte da torcida do Corinthians, o que chegou na mesa foi um ambicioso “projeto”, assinado por ninguém menos que Silvio Berlusconi:

Quando saiu a notícia que eu ia me transferir, a torcida falava ‘nossa, vai sair do Corinthians para uma Serie B italiana’, mas o que pesou para mim foi o projeto.

Berlusconi e Galliani são duas pessoas que têm história no futebol italiano. Na época de ouro do Milan, eram eles que comandavam. São caras profissionais que querem ganhar no futebol.

A menção deles foi chegar na Serie A ano que vem. E daqui dois anos tentar Champions League.

Carlos Augusto, lateral do Monza, em entrevista ao Golazzo

Contudo, antes de chegar na Itália, Carlos Augusto ficou conhecido pelas suas atuações no Corinthians. No alvinegro, ele ficou de 2018 a 2020, o que incluiu o trabalho sob comando de diversos treinadores.

De todos eles, o que compreende as eras de Carille, Coelho e Tiago Nunes, o lateral brasileiro deixa claro qual foi seu preferido: Tiago Nunes. Segundo ele, o período de paralização do futebol foi determinante para elevar sua performance em campo e “provocar” a proposta do Monza.

Para ele, as notícias sobre possível racha de jogadores, descontentes com o comando, o que causou (mais tarde) a demissão de Nunes, não são verdade:

Eu tive Carille, Tiago Nunes, Jair, Osmar Loss, mas é óbvio pra todo mundo que a melhor fase que tive foi no campeonato paulista passado.

O Tiago deu muita confiança para eu poder jogar. Isso me motivou e ajudou bastante.

No Corinthians, sempre que um treinador vai embora, sempre tem essa que os jogadores derrubaram. Mas no Corinthians isso é impossível, porque são jogadores de caráter e, quando eu estava lá, isso nunca aconteceu.

Carlos Augusto, lateral do Monza, em entrevista ao Golazzo

A entrevista completa está disponível no canal do Golazzo no Youtube e no podcast no Spotify. Confira abaixo parte da transcrição e o conteúdo completo em vídeo ao final:

 CARLOS AUGUSTO ex-corinthians monza campeonato italiano
Assista à entrevista na íntegra no Youtube

Golazzo – Como está a vida na Itália?

Carlos Augusto: A gente sabe que é um ano atípico, por causa de Covid. Acaba atrapalhando também minha família vir para cá. Desses 6 meses que estou aqui, 5 passei sozinho.

Tem essas dificuldades, mas acho que estou bem adpatado. Agora, o frio já passou, o que era um grande problema.

Golazzo – É meio inevitável falar sobre o Corinthians, você ficou famoso no Brasil por causa do Corinthians. Você continua acompanhando o time, torcida manda mensagem?

Carlos Augusto: Eu acompanho o Corinthians porque fiz muitos amigos lá. É claro que eu vou torcer por eles. Claro que às vezes não dá para assistir aos jogos, mas sempre que dá eu tento ler as notícias.

Golazzo – Você foi treinado pelo Carille, pelo Coelho, uma parte pelo Tiago Nunes. Queria saber com qual deles você se sentiu melhor?

Eu tive Carille, Tiago Nunes, Jair, Osmar Loss, mas é óbvio pra todo mundo que a melhor fase que tive foi no campeonato paulista passado.

O Tiago deu muita confiança para eu poder jogar. Isso me motivou e ajudou bastante.

Golazzo – Rodou muito aqui a história do vestiário, que talvez não tivesse um bom clima com Tiago Nunes. Sua relação com ele era boa?

Carlos Augusto: No Corinthians, sempre que um treinador vai embora, sempre tem essa que os jogadores derrubaram. Mas no Corinthians isso é impossível, porque são jogadores de caráter e, quando eu estava lá, isso nunca aconteceu.

Golazzo – Como foi a proposta do Monza para você?

Quando saiu a notícia que eu ia me transferir, a torcida falava ‘nossa, vai sair do Corinthians para uma Serie B italiana’, mas o que pesou para mim foi o projeto.

Berlusconi e Galliani são duas pessoas que têm história no futebol italiano. Na época de ouro do Milan, eram eles que comandavam. São caras profissionais que querem ganhar no futebol.

Golazzo – Então teve menção a objetivos específicos?

Carlos Augusto: Sim, teve. A menção deles foi chegar na Serie A ano que vem. E daqui dois anos tentar Champions League. É um projeto muito ambicioso e por isso que vim fazer parte.

Golazzo – Você citou o Berlusconi. Você chegou a trocar ideia com ele? Como é o Berlusconi na vida real negociando jogador?

Carlos Augusto: Não cheguei a trocar ideia com ele. O vi uma vez numa reunião com atletas.

Ele tem esse lado, mas nessa reunião ele foi muito simpático com a gente. Mostrou que quer ganhar, quer vencer, e é o que, pra gente, atletas, importa.

Mas eu o vi apenas uma vez.

Golazzo – Sobre a sua atuação no Monza, na Itália você deve estar acostumado com o termo “terzino”, que é o lateral que avança mais. Você acha que está mais um terzino ou defensor?

Carlos Augusto: Pelo modo de jogo do Monza, estou muito mais ofensivo. O futebol aqui tem que ter o comprometimento defensivo também. É o que eu busco ser. Para um lateral ser completo, ele tem que ser nas duas partes.

Pelo modo de jogo do Monza, sempre com a bola no pé, isso acaba afetando e fazendo eu jogar mais ofensivamente.

Golazzo – Um jogador quando aparece fumando cigarro, ele já vira bad boy. Tem dois caras que você compartilha vestiário e que já receberam esse rótulo. É o caso de Balotelli e o Boateng. Qual é a sua impressão sobre esses caras?

Carlos Augusto: Vida pessoal eu não posso comentar. Mas o que eles mostram no dia a dia é que querem vencer, querem ajudar, são pessoas super do bem dentro do vestiário, de grupo, super animados, brincam com todo mundo.

Eles vieram pra ajudar. A imprensa causa esse rótulo. Às vezes a pessoa é um personagem para a imprensa e dentro, com a gente, é outro.

Esses dois caras vieram para ajudar, estão com vontade, dá para ver isso no dia a dia. São super simpáticos e muito de grupo.

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